Foto: Reprodução da Internet

A indústria automobilística e os produtores de etanol estão se unindo em um esforço conjunto para promover políticas voltadas para veículos híbridos e biometano. Essa colaboração reúne grandes montadoras como BYD, Stellantis, Volkswagen e Toyota, juntamente com empresas do setor de etanol e biometano, representadas por associações como a Unica e ABiogás, entre outras.

Liderado pelo economista e ex-presidente do BNDES nos governos do PT (2007-2016), Luciano Coutinho, um estudo concluiu que a maior adoção de veículos híbridos é mais eficiente na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e agrega valor à indústria nacional, quando comparada com a predominância de veículos 100% elétricos (BEVs). “Os veículos híbridos permitem um processo de manutenção da agregação de valor que os motores a combustão já têm (…) Na convergência com veículos elétricos, a progressiva supressão do motor a combustão vai tendo impactos de supressão também na cadeia de valor”, afirmou Coutinho durante a apresentação do estudo.

No cenário de convergência de veículos híbridos, as análises mostram impactos positivos significativos, com crescimento acumulado do PIB de R$ 877 bilhões entre 2020 e 2050. Por outro lado, no cenário de predominância de veículos elétricos, estima-se uma perda de R$ 1,8 trilhão no mesmo período. Essa diferença se dá porque a cadeia de suprimentos para os componentes do motor a combustão tem um índice de nacionalização entre 85% e 90%, enquanto os veículos elétricos possuem menor conteúdo local, especialmente relacionado à fabricação de componentes centrais das baterias.

O estudo também destaca a importância de uma abordagem de ciclo de vida completo nas políticas públicas de descarbonização do transporte, considerando desde a produção até o descarte dos veículos e suas peças. Nesse sentido, os veículos híbridos a etanol são apontados como vencedores, levando em conta a pegada de carbono global das baterias elétricas e a matriz energética utilizada em sua produção. A coalizão também defende a inclusão do Programa Nacional do Biometano ao projeto de lei que discute o Combustível do Futuro no Congresso Nacional.