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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 21, que para reduzir os juros de maneira sustentável é necessário implementar medidas estruturais, mencionando discussões em andamento no governo. Campos Neto participou de um evento da Investment Association, em São Paulo, e ressaltou que o país conseguiu manter taxas mais baixas em períodos de maior confiança no cenário fiscal.
📣 Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central:
- Endividamento Global e Coordenação Fiscal
O mundo está altamente endividado após a pandemia, e há uma má coordenação na saída desse período em termos de política fiscal.
- Convergência da Inflação na América Latina
A inflação está convergindo para as metas na América Latina, embora tenhamos visto um repique pontual recentemente. Nos núcleos, a convergência é observada, mas alguns países ainda apresentam estabilização em níveis elevados.
- Situação do Brasil
No Brasil, o mercado de trabalho continua aquecido, e há pressão salarial sobre os preços dos serviços, o que estamos acompanhando de perto. A inflação no Brasil está convergindo, mas estabilizou, e notamos sinais de desancoragem em serviços. O mercado de trabalho apertado exige atenção constante.
- Desafios nos EUA
Nos Estados Unidos, o controle da inflação é um desafio, especialmente com a demanda por bens e serviços em alta e um mercado de trabalho apertado.
- Importância da Convergência da Inflação
É crucial garantir a convergência da inflação. Por isso, iniciamos um novo ciclo de alta de juros. Nossa missão é fazer a inflação convergir para a meta, e estamos comprometidos com isso.
- Reflexo das Reformas no Crescimento
O crescimento econômico tem surpreendido positivamente, refletindo as reformas implementadas nos últimos anos, como a reforma trabalhista. Decidimos não fornecer uma orientação futura para os juros devido ao cenário incerto.
- Confiança no Arcabouço Fiscal
Há uma desconfiança do mercado sobre a capacidade do governo de atingir as metas do arcabouço fiscal. Comentários sobre possíveis cortes de gastos após as eleições reforçam essa percepção. Reduzir a inflação é crucial, mas é difícil se a percepção fiscal não estiver solidamente ancorada.
- Ruídos nas Projeções Fiscais
Há uma discrepância entre as projeções do que o mercado espera em relação aos resultados fiscais e o que o governo comunica e realiza, gerando ruído. Outro ponto de preocupação é a transparência das contas públicas, que pode ser endereçada.
- Autonomia do Banco Central
A autonomia do Banco Central ainda não está completa; é necessário garantir autonomia financeira e administrativa para evitar riscos.
- Digitalização e Uso de Papel Moeda
Não temos o objetivo de eliminar o papel moeda com a digitalização, mas a diminuição de seu uso é uma consequência. Embora o uso de papel deva diminuir, uma parcela significativa da população, especialmente os mais pobres, ainda depende dele e deve aprender a usar opções digitais para transações.
- Desafios Demográficos e Produtividade
A maioria dos países está envelhecendo, aumentando os custos com previdência, e precisamos elevar a produtividade da economia. Apesar das promessas da inteligência artificial, não estamos conseguindo aumentar a produtividade. Se a tecnologia não for acessível a todos, a desigualdade entre nações pode se acentuar.
- Necessidade de Reformas Estruturais
Fonte: exameÉ fundamental ampliar as reformas estruturais para aumentar a produtividade e enfrentar esses desafios.




