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No início de outubro, um grande evento repercutiu para fora dos limites do Polo Automotivo de Camaçari, na Bahia. O reduto industrial que pertenceu a Ford por 20 anos foi comprado pela montadora chinesa BYD através de um investimento inicial de R$ 3 bilhões.
Mas a BYD não está precisando da produção nacional — que deverá começar no segundo semestre de 2024 — para mexer com o mercado de automóveis no Brasil.
Os modelos da montadora chinesa começam a chamar de vez a atenção dos consumidores brasileiros neste segundo semestre, ao aliar qualidade com preços de entrada consideravelmente mais baixos do que a média da categoria.
Essa “receita perfeita para vendas” vem refletindo nos números da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), que mostram uma presença recorrente de três modelos da BYD entre os elétricos mais vendidos no país. Dois deles, o Dolphin e o Yuan Plus, têm suas produções nacionais confirmadas.
E não para por aí. Nos últimos dois meses do ranking da Fenabrave, o BYD Dolphin, primeiro elétrico a vender mais de 1.000 unidades em um mês, e o BYD Song Plus figuraram entre os 40 modelos mais emplacados do Brasil. O dado inclui modelos a combustão.
Efeito BYD: concorrentes correm para baixar preços
Essa crescente dos modelos da BYD já começou a assustar as concorrentes da chinesa. Levantamento feito pela Mobiauto mostra que o “efeito BYD” levou o preço de modelos eletrificados a despencarem. Veja:
Ainda de acordo com a consultoria, a entrada dos modelos chineses também pode ter atuado para diminuir o preço de compactos e SUVs a combustão que disputam mercado com o Dolphin e o Song Plus.
Venda de eletrificados dobra em um ano; híbridos são preferência
Conforme a Fenabrave, os carros eletrificados continuam a sua expansão no mercado brasileiro. O número de emplacamentos subiu 12,73% entre setembro e outubro deste ano. Já na comparação com outubro de 2022, o crescimento das vendas é de 112%. Embora expressivo, o salto ocorre sobre um volume ainda pequeno. No acumulado de 2023, foram vendidos cerca de 67.056 veículos eletrificados, contra mais de 1 milhão de veículos movidos a combustão.
Deste universo de 67 mil eletrificados, cerca de 56 mil são veículos híbridos. Segundo Andreta Junior, presidente da entidade, o consumidor deverá pender para modelos que possam também ser abastecidos com etanol, ante opções 100% elétricas.
A manutenção do crescimento de triplo dígito no mercado poderá encontrar obstáculos adiante, dizem especialistas do setor automotivo, em razão da volta gradual dos impostos sobre os veículos eletrificados.
